Campinas, SP, 20 – O médico Samir Xaud, próximo de presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responde a um processo de improbidade administrativa por supostas fraudes quando era diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR). Segundo o Ministério Público (MP) estadual, Xaud e outros seis gestores atuaram na falsificação de documentos para simular serviços e geraram um prejuízo de R$ 1,4 milhão ao governo do Estado. A ação tramita na Justiça de Roraima.
Samir Xaud afirmou, por meio de seus advogados, que o processo não mostra “qualquer indício de irregularidade” de Xaud, e que isso será demonstrado à Justiça. Acrescentou que não há impedimento legal para assumir cargos em entidades associativas, em referência à CBF.
PROCESSO CONTRA XAUD COMEÇOU EM 2023
O processo por improbidade administrativa contra Xaud foi movido no fim de 2023 pelo Ministério Público de Roraima, com base em uma apuração do Tribunal de Contas do Estado. O MP apontou um “expediente fraudulento” de gestores do Hospital Geral de Roraima entre 2017 e 2020 para favorecer indevidamente a empresa Coopebras, por meio de documentos falsos. A ação segue tramitando.
Essas falsificações, de acordo com o MP, visavam a pagar a companhia por serviços não prestados, como plantões médicos, exames, cirurgias e uso de equipamentos hospitalares. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 1,4 milhão e deve ser restituído pelos acusados de improbidade, pediu o Ministério Público.
Além de Xaud, que era diretor-geral do HGR, foram acusados outros diretores do hospital público e fiscais de um contrato da Secretaria de Saúde de Roraima com a empresa suspeita de receber verba irregularmente.
“Associado ao desfalque patrimonial sofrido pelo Estado de Roraima, tem-se flagrante atentado aos referidos princípios norteadores da atuação dos agentes públicos, cometido de forma intencional, deliberada, com evidente má-fé, evidenciada pelo expediente fraudulento que empregaram para permitir o desvio de finalidade e, consequentemente, os pagamentos indevidos em favor da Coopebras”, escreveu o promotor Igor Costa.
XAUD JÁ FOI SUSPENSO DE FUNÇÃO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE RORAIMA
Outro fato que chamou atenção é que Samir Xaud já foi suspenso da função de perito médico do Tribunal de Justiça por conta de um erro.
Em 2017, um motoqueiro sofreu lesão permanente no pé esquerdo e Samir foi designado para fazer a perícia. Entretanto, o médico apresentou o laudo apenas do braço esquerdo, que tinha apenas lesões leves.
A Defensoria Pública realizou protestos e Samir Xaud foi intimado diversas vezes ao longo de 2019 para corrigir o laudo, sem sucesso. Por causar “de forma injustificada a paralisação do processo e atraso no regular andamento do feito por quase um ano”, Samir foi suspenso da função pela Gestão Administrativa do TJ-RR por dois anos.
DEFESA DE SAMIR XAUD SOBRE PROCESSO DE IMPROBIDADE:
“O Escritório Morais Advogados esclarece que o processo em questão não apresenta qualquer indício de irregularidade por parte do Dr. Samir Xaud, cuja conduta — tanto na vida pública quanto na privada — sempre foi pautada pelo estrito cumprimento das leis da República. Tal circunstância será devidamente demonstrada nos autos, no momento oportuno.
Ressaltamos, ainda, que não existe qualquer impedimento legal ou judicial que obste o Dr. Samir Xaud de assumir ou exercer funções públicas ou cargos em entidades associativas.
O histórico de integridade e compromisso público marca a trajetória do Dr. Samir Xaud. Ao longo de sua carreira, sempre atuou com transparência, responsabilidade e respeito às instituições, sendo reconhecido por sua conduta ética e dedicação ao interesse coletivo.”
