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Acuado, Ednaldo promete ‘abertura’ da CBF às Federações

Rio de Janeiro, RJ,8 (AFI) – Apesar de ter retornado à presidência da CBF por conta de uma liminar concedida por Gilmar Mendes, Ministro do STF, o baiano Ednaldo Rodrigues vai ter que usar muita habilidade política para conseguir ‘administrar’ a entidade. O clima é de visível instabilidade política e de fragilidade do comandante da entidade. Nesta segunda-feira ele já tomou um ‘aperto’ dos presidentes das Federações e na terça-feira deve sofrer mais pressão por parte dos 40 clubes, que compões as Séries A e B do Brasileiro e que têm direito a voto.

Esta é uma tentativa de Ednaldo Rodrigues ‘sobreviver’ no cargo. De um lado, pressionado por seus próprios aliados, que cobraram uma postura bem diferente e que parece ser algo bem distante e quase impossível. Os presidentes de Federações, cobraram uma administração aberta e não centralizadora como foi até agora.

Esta cobrança foi bem definida pelo presidente da Federação de Alagoas, Gustavo Feijó, que lutou muito na Justiça – Esportiva e Comum – para anular a eleição que levou Ednaldo Rodrigues ao cargo.

“Com amor se tem amor, com espinho se tem espinho”.

A reunião durou quatro horas e meia foi bastante tensa. Mesmo porque é evidente que Ednaldo Rodrigues está enfraquecido pela incapacidade demonstrada na sua administração e também no atendimento às Federações.

OPOSIÇÃO COM AFASTADOS

O seu objetivo é tentar unir as Federações para tentar inviabilizar o crescimento da oposição, que tem por trás figuras nefastas ao futebol brasileiro: os ex-presidentes afastados Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero. Eles formam o grupo de outros ex-presidentes afastados da CBF, como José Maria Marin, que ficou até preso nos Estados Unidos, e Rogério Caboclo, que renunciou após sofrer várias denúncias de assédio moral e sexual (que depois foram encerradas).

O candidato deste grupo seria Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva – e ex-diretor da CBF. Zveiter, porém, não mostrou condições de formatar uma chapa para concorrer a uma nova eleição, que, em princípio, seria realizada até o final do mês de janeiro.

APOIO IMPORTANTE

O destaque da reunião, porém, ficou para a postura do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneio Bastos, com um discurso bastante ponderado. Mesmo porque se houvesse uma nova eleição da CBF, neste momento, com certeza ele teria amplas chances de vitória, principalmente por contar com apoio maciço dos clubes.

Ele já teria apoio de cerca de 35 clubes, começando pelos quatro paulistas que compõem a Série A – Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Red Bull Bragantino – e os sete clubes da Série B – Santos, Guarani, Ponte Preta, Ituano, Botafogo, Mirassol e Novorizontino.

Considerada uma reunião de ‘lavagem de roupa suja’, Reinaldo Carneiro foi conciliador.

“Nós tivemos uma conversa muito franca e leal, que abriu horizontes para que possamos olhar para a frente e para o futuro. É preciso modernizar o futebol brasileiro e, para tanto, é fundamental estarmos unidos e coesos”, afirmou o dirigente, que recebeu apoio de todos os presentes.

O presidente da Federação Paulista deixou a reunião com um semblante tranqüilo e na certeza de que tudo vai caminhar dentro da normalidade.

“O Ednaldo vai manter um diálogo constante com todos os presidentes (de Federações), o que é um bom sinal e deixa aberto a todos o espaço para apresentar sugestões e para participar mais de perto da própria administração da CBF”, concluiu.

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